Rótulos Sleeve Termoencolhíveis – O que são, e como são desenvolvidos?

Conhecidos como Rótulos Sleeve ou Termoencolhíveis, também chamados mangas, são rótulos impressos em filmes que têm a propriedade de encolher ao serem aquecidos a determinada temperatura. Inicialmente o rótulo sleeve termoencolhível é aplicado como um invólucro em torno do frasco, moldando-se ao seu formato.
Rótulos são fundamentais para a comercialização de produtos, facilitando a sua identificação por parte dos consumidores e, muitas vezes, contendo informações legais obrigatórias. Entre os rótulos produzidos pela indústria gráfica há aqueles feitos sobre substratos celulósicos — papel, cartão — e os feitos sobre substratos não celulósicos, tipicamente plásticos como polietileno, polipropileno e outros.
Início dos Rótulos Sleeve
A produção de rótulos sleeve termoencolhíveis começou na França, no início de 1970, devido à necessidade de atender às novas exigências dos mercados de produtos alimentícios, cosméticos, farmacêuticos e de limpeza doméstica que buscavam a combinação de quatro funções em uma única embalagem: decoração, informação, proteção e promoção. No Brasil, esse processo iniciou-se em São Paulo no começo dos anos 1980, mas só ganhou espaço no mercado por volta de 1990.
O processo preferido pelos fabricantes de rótulos termoencolhíveis sleeve em países como França, Argentina, China e Chile é a rotogravura. No início de sua implantação no Brasil também foi utilizada a rotogravura. No entanto, devido à baixa tiragem dos lotes, o processo se tornou economicamente inviável, dando lugar à flexografia. Esta, além de atender bem ao mercado de filmes em geral, também tem se aprimorado na busca por melhor qualidade e já lidera esse mercado há alguns anos.
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Diferencial da tecnologia do Rótulo Sleeve
O resultado dessa técnica é um visual mais atraente e funcional para a peça, que se converte num poderoso diferencial de comunicação e, consequentemente, facilita o processo de venda do produto. Isso o torna indicado para aplicação em embalagens com perfis assimétricos ou sinuosos. Sua aplicação é extremamente eficaz, atraindo a atenção de consumidores e, por consequência, tornando-se alvo de interesse de designers e publicitários.
Para identificar os rótulos sleeve termoencolhíveis basta observar se os mesmos estão aplicados em contato direto com a embalagem, adequando-se perfeitamente ao seu formato. O efeito decorativo pode se dar em 360° ou até com o envolvimento completo da embalagem, podendo servir de lacre para a mesma. Atualmente, os substratos mais utilizados para a impressão desses rótulos são os filmes de PVC (cloreto de polivinila) e o PET (polietileno tereftalato). Após o processo de impressão o rótulo pode ser aplicado em embalagens de diversos tipos de materiais, como vidro, metal, alumínio e plástico.
Além disso, as embalagens sleeve termoencolhíveis facilitam o processo de segregação dos resíduos no momento da reciclagem, já que eles são encaixados e moldados ao frasco e não possuem nenhum ponto de cola, facilitando assim a separação entre o filme impresso e o próprio material da embalagem.
Apesar das inúmeras vantagens dos rótulos sleeves, os rótulos autoadesivos predominam no mercado brasileiro e muitas vezes representam um menor custo para as empresas que almejam expor seu produto no mercado. Um dos fatores que contribuem para isso é o fato de que os rótulos adesivos permitem a utilização de diferentes processos de impressão. O segredo da escolha entre um e outro está na adequação, ou seja, devem ser previstos os custos e analisado o impacto de vendas que se deseja obter.
Para maior comodidade dos clientes, a maioria das gráficas que atuam nesse segmento busca fornecer soluções completas para os rótulos sleeve termoencolhíveis, como assessoria, adaptações das artes, produção, impressão e até aplicação do rótulo no frasco.
O rótulo sleeve termoencolhível na produção gráfica
Após a criação da arte do produto, quando se tem uma ideia formada do resultado que se deseja alcançar, entramos na fase de pré-impressão. Essa é a etapa na qual as operações para produção de um rótulo sleeve termoencolhível se diferenciam de outros produtos gráficos. O primeiro desafio de se trabalhar com a pré-impressão do rótulo sleeve termoencolhível advém do fato de que a imagem que se gravou na forma e que depois foi transferida ao substrato sofrerá uma grande deformação causada pelo termoencolhimento. As provisões feitas na pré-impressão, nos arquivos digitais, para compensar tais deformações são desafiadoras e únicas no mundo gráfico. Nesse sentido a distorção da arte é um ponto crítico durante o processo de pré-impressão para rótulos sleeve termoencolhíveis.
A distorção na pré-impressão do rótulo sleeve
Existem atualmente dois métodos para se realizar o procedimento: o manual e o automatizado. Os dois métodos necessitam que cada elemento da criação esteja em camadas separadas, ou layers, pois serão distorcidos um a um de acordo com a posição que irão ocupar no frasco e do nível de deformação que aquela área sofrerá durante o acabamento (termoencolhimento).
A compensação manual é um trabalho mais artístico, que necessita de testes, medições, ajustes e reajustes, fazendo uso de softwares de criação como o Photoshop e o Illustrator. Esse processo é mais lento e menos preciso se comparado ao automatizado, pois a compensação é feita elemento a elemento e totalmente manipulada pelo operador. O tempo de execução também varia de acordo com a complexidade dos elementos da arte e do próprio frasco, enquanto no processo automatizado o software faz rapidamente todos os cálculos de compensação.
Já no processo automatizado é utilizado um software especial. Para isso, é necessário fornecer as informações da faca do frasco, assim como da arte da embalagem. Com essas informações o software calcula a distorção apropriada para cada elemento em cada área da arte, sendo capaz de gerar uma visualização em 3D. Alguns elementos podem não sofrer distorção, como o plano de fundo da arte.
O termoencolhimento no acabamento
Após a etapa de impressão dos rótulos sleeves, seguem-se alguns procedimentos essenciais para que a embalagem chegue ao seu objetivo final e esteja pronta para o mercado consumidor.
É nessa fase de acabamento que se encontra outro grande diferencial, pois os rótulos são encaminhados ao túnel de encolhimento (ver ilustração acima), equipamento responsável pela ação de encolher o rótulo sleeve em torno do frasco.
Pode-se dividir o processo de acabamento em duas etapas: a aplicação e o encolhimento.
A aplicação das mangas nos frascos pode ser feita de forma manual ou automática, dependendo dos recursos disponíveis no túnel:
Na operação manual, profissionais ficam posicionados na esteira de entrada do túnel, fazendo a abertura das mangas, já cortadas, e “vestindo” os frascos, que são colocados sobre a esteira transportadora que leva ao processo de encolhimento.
A operação automatizada ocorre quando o próprio equipamento possui um cabeçote eletromecânico que realiza as operações de corte da bobina para obtenção das mangas e já as aplica sobre os frascos dispostos na esteira em direção ao túnel.
Na etapa do encolhimento, é possível encontrar diferentes tipos de túneis com diferentes tecnologias de aquecimento: elétricos, a vapor ou mistos (combinando ar quente e vapor). Em geral, suas principais variáveis são a potência, o tempo, a velocidade e a temperatura, que são definidas de acordo com o substrato e o shape (frasco).
O uso da tecnologia de termoencolhíveis é altamente indicado em produtos de alto valor agregado. Esses itens devem chamar a atenção do consumidor naqueles poucos instantes em que ele está diante das gôndolas do supermercado, provocando o impulso de compra. Esse rótulo pode ser encontrado em diversos segmentos, como brindes, cosméticos, produtos químicos e farmacêuticos, produtos de higiene e limpeza, alimentos, bebidas e produtos para automóveis.
A tecnologia termoencolhível produz embalagens com visual mais atraente e funcional, facilitando a comunicação e o processo de venda, despertando novas ideias e possibilidades no mercado. Diante das vantagens mercadológicas obtidas com seu uso, é possível prever boas perspectivas de crescimento no mercado de embalagens, tendência já observada nos países mais desenvolvidos.
Autores:
Andressa Lé, Janayna Souza e Luciane de Lima: ex-alunas do curso técnico de Pré-Impressão da Escola Senai Theobaldo De Nigris.
Colaboradores:
Bruno Mortara e Marlene Dely Cruz: Naipe – Núcleo de Apoio à Inovação e Pesquisa, na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.